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Preciso mesmo contar as repetições?

Dois outros grandes mitos perpetuados por marombeiros é que devemos treinar com o máximo de intensidade o tempo todo e que o músculo não sabe contar.

Quando eu ouço isso, imagino alguém que está dando uma desculpa para fazer um treino sem muito embasamento ou planejamento.

Dizer que o músculo não sabe contar parece ser a maneira mais simplista e despreocupada de encarar o treino. Ao afirmar isso, eu estou tomando a liberdade de realizar uma série com um número aleatório de repetições, com uma carga aleatória (pois também dizem que o músculo não reconhece a tensão) de uma maneira aleatória.

Tanto faz realizar 5 ou 25 reps? Tanto faz usar 20 ou 100 Kg no leg-press? Todo dia você tem que sair se arrastando da academia? Existem respostas fisiológicas específicas para estímulos específicos e a ciência já tem esse tipo de informação muito bem embasado há um bom tempo.

Com todo o conhecimento produzido nos dias de hoje, não podemos deixar nossos treinos por conta do acaso.

Para conseguirmos um estímulo hipertrófico eficiente, precisamos considerar três fatores ao elaborar uma série:

-Tempo sob tensão ao qual o músculo será submetido (TST)

-Tensão Muscular (Carga)

-Número de ciclos encurtamento-alongamento (Repetições)

Conseguir interpretar e avaliar as necessidades do cliente para fazer uma macro-programação e micro-programação (como será aquele treino naquele dia - como os fatores acima vão interagir e regular um ou outro) é uma qualidade importante em um treinador.

Ao fazer uma periodização bem feita, asseguramos que o cliente seja estimulado da maneira mais eficiente possível. Treinos pesados e intensos com a frequencia necessária exata para atingir o objetivo.

Ao fazer uma micro-programação adequada no treino do dia, sabendo exatamente como os 3 fatores (TST, Carga e Reps) vão interagir e regular uns aos outros, garantimos que os objetivos da periodização sejam cumpridos à risca.

Dessa forma, um bom treinador não “acha” ou não “inventa na hora" o que fazer. Sabendo como manejar e programar tudo isso, atingimos nossos objetivos com a precisão de um sniper. Conseguindo o total sucesso com o mínimo de intercorrências.

É claro que não somos robôs e não devemos parar na décima repetição caso seja possível fazer mais três ou quatro.

Mas se for possível fazer mais três ou quatro repetições, estamos usando uma carga menor que a ideal naquele momento e devemos ajustá-la para a próxima série.

Se chegamos na falha concêntrica antes do número alvo de reps, também devemos ajustar.

Muitas vezes as pessoas tendem a banalizar o que é muito importante e priorizar o que é menos relevante dentro do treinamento.

Muita gente simplifica. Já que é preciso chegar na falha para crescer - esmaga que cresce e pronto! Já que é preciso chegar na falha, vamos focar em chegar na falha, e aí esquecemos que pensar em todas as outras variáveis que vão reger essa complicada tríade - Hipertrofia/rendimento/segurança.

Muita gente também pode questionar vários estudos que demonstram que existe um estímulo de hipertrofia mesmo em séries com um número bem alto de repetições, desde que o indivíduo chegue na falha. No papel, ok, na prática pode ser um pouco diferente, já que a queimação proveniente do acúmulo de metabólitos se torna tão grande em séries muito longas que é quase impossível para uma pessoa comum (e até mesmo para atletas profissionais) chegar à falha devido ao grande incomodo. 

No treino de musculação estética, onde se busca aumentar massa muscular e reduzir gordura, acumular um certo volume de treino e atingir certa intensidade é importante.

Porém, mais importante que isso é como chegar nesse estímulo e quando tirar o pé do acelerador.

Simplificamos e nos equivocamos quando pensamos que a falha muscular é a única coisa a ser considerada, e por consequência dizemos que não contamos repetições, que focamos nosso treino na falha.

Eu concordo que se percebermos que é possível fazer 12 reps ao invés das 10 que estavam inicialmente programadas, devemos fazer.

Mas essa é a diferença - se não contarmos, vamos ficar nos matando e expondo nosso corpo a um stress desnecessário e que vai cobrar seu preço no futuro.

Se contarmos as repetições, saberemos como foi a série que acabamos de fazer e quais os ajustes necessários para a próxima.

Dessa forma, conseguiremos seguir o planejamento à risca e dar um tiro bem no meio dos olhos do nosso objetivo.

 

1 comentário

  • Adorei o artigo aqui elaborado, pois com essas explicações mencionadas dá para ter mais clareza no treinos e elaboração mais precisa nos exercícios que serão efetuados. E que não é apenas “esmaga que cresce”, mas sim consciência e planejamento.

    Agradeço por compartilhar o conhecimento!

    Patricia Vargas

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